Seguindo o post de Sábado (ver aqui), entendo que existem pessoas "não-honestas"
entre os que defendem que as doações sejam feitas para "instituições
de caridade ou para os fundos governamentais que cuidam dos pobres" ao
invés de serem feitas diretamente para o pedinte. Enquadro aqui aquelas pessoas que não estão interessadas em ajudar, mas que respondem dessa forma com o intuito de não parecerem monstros desumanos. Gostaria de falar desses aqui.
Como é possível que alguém que sugere as instituições de caridade e os fundos oficiais seja alguém "não-honesto"? Explico.
Essas pessoas não estão preocupadas com a necessidade do pedinte, mas apenas com si próprias. O melhor exemplo para ver isso são os casos dos restaurantes que não doam os restos de comida "pois se doar uma vez, os mendigos vão aparecer aqui todos os dias". Ora essa, não existem sobras todos os dias? É claro que existem, obvio, então vemos que o problema não é esse. O problema na verdade é que o mendigo é uma pessoa suja, desagradável, "um problema" que pode afastar clientes. E aqui está o meu ponto.
Veja, a necessidade do pedinte não importa, a abastança própria não importa, o que importa é que esse ser sujo e desagradável pode "ofender" os clientes.
Por isso considero que essas pessoa são "não-honestas", porque a resposta delas esconde o fato de que o mais importante não é a necessidade dos pedintes, mas sim a própria necessidade.
E por isso usei o termo "não-honesto". Essas pessoas não são honestas com quem questiona a sua opinião e não são honestas consigo mesmas. Evitei a palavra "desonesto" justamente para evitar associações desonestidade, uma vez que a resposta dessas pessoas está mais perto da mentira do que da desonestidade.
Usei o exemplo do restaurante porque penso que com esse exemplo é mais fácil de entender, mas a atitude
desse dono de restaurante é exatamente a mesma atitude de qualquer
outra pessoa cuja opinião contrária à esmola está amparada pela aversão
ao pedinte.
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